segunda-feira, 25 de julho de 2011

O que foi a Santa inquisição?

O que foi a Santa inquisição?


Também chamada de Santo Ofício, essa instituição era formada pelos tribunais da Igreja Católica que perseguiam, julgavam e puniam pessoas acusadas de se desviar de suas normas de condutas.  Ela teve duas versões: a medieval, nos séculos XIII e XIV, e a feroz inquisição moderna, concentrada em Portugal e Espanha, que durou do século XV ao XIX. Tudo começou em 1231 quando o papa Gregório IX, preocupado com o crescimento de seitas religiosas, criou um órgão especial para investigar os suspeitos de heresia. “Qualquer um que profanasse práticas diferentes daquelas reconhecidas como cristã, era considerado herege”
  Atuando na Itália, na França, na Alemanha e em Portugal, a Inquisição medieval tinha penas mais brandas, a mais comum era a excomunhão, embora a tortura já fosse autorizada pelo papa para arrancar confissões desde 1252.
     Já sua segunda encarnação surgiu com toda força na Espanha de 1478. Dessa vez, o alvo principal eram os judeus e os cristãos-novos, como eram chamados os recém-convertidos ao Catolicismo, acusados de continuarem praticando o judaísmo secretamente.
     “A justificativa desse retorno da inquisição era a necessidade de fiscalizar a fidelidade desses conversos”. A verdade é que esses grupos já formavam uma poderosa burguesia urbana que atrapalhava os interesses da nobreza e do alto clero. O apoio dos reis logo aumentou o poder do santo oficio, que, para piorar, passou a considerar heresia qualquer ofensa à fé e aos costumes. Por exemplo, quem usasse toalhas limpas no começo do Sábado ou não comesse carne de porco era acusado de judaísmo. A lista de perseguidos também foi ampliada para incluir protestantes e iluministas, homossexuais e bígamos.
     As punições tornaram-se pesadas com a instituição da morte na fogueira, da prisão perpetua e do confisco de bens, que transformou a Inquisição numa atividade altamente rentável para os cofres da Igreja. A crueldade dos inquisitores era tamanha que o próprio papa chegou a pedir aos espanhóis que contivessem o banho de sangue.
     A migração de judeus expulsos da Espanha para Portugal em 1492, fez com que a perseguição se repetisse com a criação de Santo Oficio Lusitano, em 1536. O Brasil nunca chegou a ter um tribunal desses, mas emissários da inquisição estiveram no país entre 1591 e 1767. Caucula-se que 400 brasileiros foram condenados e 21 queimados em Lisboa, para onde mandavam os casos mais graves. Os inquisitores portugueses fizeram 40 mil vitimas, das quais 2 mil foram mortas na fogueira. Na Espanha, até a extinção do Santo Oficio, em 1834, estima-se que quase 300 mil pessoas tenham sido condenadas e 30 mil executadas.


A Caminho da fogueira
Na Espanha e em Portugal, a inquisição abusava da crueldade para punir os que se desviasse da fé católica.

1       O Julgamento

A.      A chegada da inquisição.
Um grupo de monges do Santo Ofício chegava à aldeia e reunia toda a população da igreja. No chamado Período da Graça, que durava um mês, convidavam os pecadores a admitirem suas heresias. Quem se confessasse, em geral se livraria das penas mais severas.
        


B.      As Investigações.
Quem não aproveitasse o Período de Graça poderia ser denunciado. Como a inquisição incentivava a delação, o pânico era generalizado: todos eram suspeitos em potencial. O acusado era convocado a se defender no tribunal.

C.      A Sentença
O suspeito era interrogado por três inquisitores. Um deles o inquisitor-mor dava a                                                               sentença final. A defesa era difícil: raramente o réu tinha direito a um advogado. Para arrancar confissões, o Santo Oficio colocava espiões no encalço do suspeito e recorria a tenebrosas práticas de tortura. 

2       As torturas

A.      A escala de punições.
O inquisitor-mor variava a crueldade dos castigos conforme a heresia. Os mais leves incluíam deixar o acusado acorrentado, sem comer nem dormir por vários dias. Mais os relatos históricos registram outros bem mais dolorosos, como o aparelho chamado potro e extensão. Para amedrontar os acusados, os carrascos faziam uma demonstração de como funcionavam esses dispositivos, para abafar os gritos era comum colocar colchões nas portas.

B.      O Potro.
O livro Prisioneiros da inquisição trás a história de Jean Coustos, mestre da loja maçônica de Lisboa, condenado pelo tribunal.
   Coustos passou pelos horrores do potro em 1743: “Me prenderam com uma argola no pescoço, um anel de ferro em cada pé e oito cordas que passavam por furos no cadafalso.
Ao sinal dos inquisitores, elas foram puxadas e apertadas pelos carrascos. As cordas entravam na carne até os ossos e faziam jorrar sangue. Repetiam a tortura por quatro vezes. “Perdi a consciência e fui levado de volta para a minha cela sem perceber.”


C.      A extensão
Seis semanas depois, o maçom foi submetido à outra tortura: a extensão. “As cordas puxadas por um torniquete, fazia com que os punhos se aproximassem um do outro, por trás. Puxaram tanto que as minhas mãos se tocaram. Desloqueis dois ombros e perdi muito sangue pela boca. Repetiram três vezes mesmo tormento antes que me devolvessem à cela”. Nos meses seguintes Coustos ainda sofreu mais uma serie de torturas até confessar. Foi condenado a quatro anos de trabalhos forçados em 1744.





 1       As Sentenças
A.      O Auto da fé
Assim era chamada a cerimônia pública em que se liam as sentenças do tribunal. Os Autos-de-Fé geralmente ocorriam na praça central da cidade e eram grandes acontecimentos. Quase sempre rei estava presente. As punições iam das mais brandas (como excomunhão) as mais severas (como a prisão perpétua e a morte na fogueira).






 B.      Queimados vivos... ou mortos
A execução na fogueira ficava a cargo do poder secular. Se o condenado renunciasse às heresias ao pé do fogo era devolvido aos inquisitores. Se sua conversão a fé católica fosse verdadeira, ele podia trocar a morte pela prisão perpétua. Quando se descobria que um defunto havia sido herético, seu cadáver era desenterrado e queimado.

C.       Marcas da humilhação
Para serem vistos pelo publico, os prisioneiros subiam em um palco. Os que eram obrigados a vestir as chamadas marcas da infâmia, como a cruz de Santo André, Chegavam a ser agredidos pela multidão. Outros levavam velas e vergastas nas mãos para serem chicoteados pelo padre durante a missa.



O mais desumano inquisidor

Fanático, cruel, intolerante. Nos registros históricos, não faltavam adjetivos depreciativos para definir o frei dominicano Tomás de Torquemada (1420 – 1498). O mais duro inquisidor dedos os tempos. Organizador do Santo Oficio espanhol, ele era confessor e conselheiro do Casal real Fernando e Isabel.
     Em 1483, essa influencia rendeu-lhe a nomeação de inquisitor-geral, responsável pelos 14 tribunais na Espanha e suas colônias. Logo de cara, autorizou a tortura para obter confissões, ampliou a lista de heresias e pressionou os reis a substituir a tolerância religiosa pela perseguição aos judeus e aos conversos. Resultado: ao final de sua gestão, mais de 170 mil judeus foram expulsos da Espanha e 2 mil pessoas viraram cinzas nas fogueiras.

domingo, 24 de julho de 2011

Inferno

A existência do inferno é atestada por numerosas passagens da Biblia, pela Tradição e pelo Magistério Eclesiástico. E grandes mestres da vida espiritual, como Inácio de Loiola, recomendam que se medite sobre esse local de tormentos eternos, como medida salutar para se alcançar a salvação.


Imagine alguém numa situação de pesadelo, sofrendo todas as doenças possíveis, juntas, ao mesmo tempo. Quer dizer :  tivesse no coração, a dor do enfarte; nos olhos, o tormento produzido por um tumor em cada olho; na espinha dorsal, e com reflexos em todo o aparelho sensitivo, os efeitos de um canivete de fogo que estivesse continuamente cortando a espinha de alto a baixo, e triturando e esmigalhando, com todos aqueles colapso e dores; no estômago, todas as náuseas imagináveis (a náusea é uma das sensações mais desagradáveis que pode haver), mas, ao mesmo tempo, nos rins, sensação de uma pedra enorme que não passa e os congestiona; sentisse todo o mal-estar de um homem com o sangue altamente infeccionado, no qual corressem continuamente as piores toxinas e venenos.


Suponha que das narinas dessa pessoa saísse continuamente o pus mais asqueroso; nos ouvidos houvesse vermes roendo continuamente os tímpanos, e produzindo dores de estalar. Em uma palavra, houvesse em cada célula a maior dor de que aquela célula é capaz, de maneira que a pessoa sentisse, continuamente, eternamente, sem nenhuma interrupção, milhões de martelos descarregando sobre si, comprimindo e chagando continuamente seu corpo.
Pois bem, tudo isso é uma imagem fraca, irreal, dos tormentos que o corpo padece no inferno, porque os sofrimentos infernais são incomparavelmente piores do que esses. Pois os tormentos acima descritos ainda podemos imaginá-los enquanto que as torturas infernais são estritamente inimagináveis.


Para se ter uma idéia disso,  Inácio de Loiola  faz a comparação entre o fogo do inferno e o fogo da terra.
Tomemos uma chama. Ninguém gostaria de ser condenado a viver dentro daquela chama, queimando-se eternamente. Bastaria propor a alguém que pusesse a mão na chama ou somente o dedo indicador, para que a pessoa sustentasse uma batalha de anos para evitar isso. O fogo do inferno é tão mais devorador do que o fogo da terra, que se se colocasse um rochedo nas chamas infernais ele se consumiria imediatamente, a ponto de não restar do mesmo senão um monte de cinzas. Tal é o fogo do inferno.
Imaginemos agora um corpo vivo – porque o que vai para o inferno não é o cadáver, é o corpo ressuscitado e com vida- posto eternamente num fogo capaz de, num segundo, liquefazer e queimar completamente um rochedo.


O CORPO NÃO SE DESINTEGRA

Se todo esse tormento atingisse o homem e, ao cabo de um minuto, de uma hora, de um dia que fosse, passasse, isto seria na realidade terrível, mas, afinal, seria algo passageiro. No entanto, não é o que se dá com o inferno. O perecido é ali queimado continuamente e nunca o seu corpo se desintegra, ele nunca morre, nunca acaba. De maneira que a chama, ao mesmo tempo o torra e o mantém íntegro. O tormento que ele sofre ao cabo de cinco quinquilhões de anos é o mesmo que padece no primeiro momento em que tocou tal fogo. E aquela chama devoradora, que não pára!
Além do fogo há outros tormentos internos e externos: sensações desagradáveis, cheiros pútridos, visões de coisas trágicas, audições de cacofonias monstruosas. No paladar, a sensação de ingerir as matérias mais purulentas e asquerosas, continuamente. 


A VISÃO DO INFERNO EM VIDA
O Criador, em sua misericórdia, tanto quer nos livrar do inferno que dispôs que algumas almas eleitas fossem lá conduzidas em vida, para que os homens soubessem, através dessas testemunhas, o que está preparado ao homem que ousa violar os Mandamentos de seu Deus.
Segundo a igreja Católica, Santa Terezinha de Jesus que viveu no século XVI, teve a chance de ver o inferno em vida e assim relatou:
Havia já muito tempo que o Senhor me fazia muitas das mercês que referi e outras grandíssimas, quando um dia, estando em oração, achei-me subitamente, ao que me parecia, metida corpo e alma no inferno. Entendi que queria o Senhor dar-me a ver o lugar que aí me haviam aparelhado os demônios, e eu merecera por meus pecados. Durou brevíssimo tempo, mas, ainda que vivesse muitos anos, tenho por impossível olvidá-lo. Pareceu-me a entrada um beco bem longo e estreito, semelhante a um forno muito baixo, escuro e apertado. O solo tinha aparência duma água, ou antes, dum lodo sujíssimo e de pestilencial odor, cheio de répteis venenosos. No fundo havia uma concavidade, aberta numa parede, a modo de armário, onde me vi encerrada estreitíssimamente. Tudo isto era deleitoso à vista, em comparação do que ali senti. Entretanto, o que escrevi está muito aquém da verdade.”
Mas não foi só nos séculos passados que a Providência quis alertar os homens para os horrores do inferno, mas também no atual que estadeia impiedade e a luxúria. Com efeito, em 1923, falecia em odor de santidade a religiosa espanhola sóror Josefa Menéndez, da Société du Sacré Coeur de Jesus.
Assim, narra ela uma de suas descidas ao inferno: “Então arrastaram-me por um longo caminho mergulhado em escuridão. Comecei a ouvir de todos os lados berros medonhos. Pelas paredes do estreito corredor havia nichos, uns em frente dos outros, de onde saía fumaça quase sem chama e com cheiro intolerável. Dali, vozes proferiam toda espécie de blasfêmias e palavras impuras.

A VISÃO DO INFERNO EM VIDA
O Criador, em sua misericórdia, tanto quer nos livrar do inferno que dispôs que algumas almas eleitas fossem lá conduzidas em vida, para que os homens soubessem, através dessas testemunhas, o que está preparado ao homem que ousa violar os Mandamentos de seu Deus.
Segundo a igreja Católica, Santa Terezinha de Jesus que viveu no século XVI, teve a chance de ver o inferno em vida e assim relatou:
Havia já muito tempo que o Senhor me fazia muitas das mercês que referi e outras grandíssimas, quando um dia, estando em oração, achei-me subitamente, ao que me parecia, metida corpo e alma no inferno. Entendi que queria o Senhor dar-me a ver o lugar que aí me haviam aparelhado os demônios, e eu merecera por meus pecados. Durou brevíssimo tempo, mas, ainda que vivesse muitos anos, tenho por impossível olvidá-lo. Pareceu-me a entrada um beco bem longo e estreito, semelhante a um forno muito baixo, escuro e apertado. O solo tinha aparência duma água, ou antes, dum lodo sujíssimo e de pestilencial odor, cheio de répteis venenosos. No fundo havia uma concavidade, aberta numa parede, a modo de armário, onde me vi encerrada estreitíssimamente. Tudo isto era deleitoso à vista, em comparação do que ali senti. Entretanto, o que escrevi está muito aquém da verdade.”
Mas não foi só nos séculos passados que a Providência quis alertar os homens para os horrores do inferno, mas também no atual que estadeia impiedade e a luxúria. Com efeito, em 1923, falecia em odor de santidade a religiosa espanhola sóror Josefa Menéndez, da Société du Sacré Coeur de Jesus.
Assim, narra ela uma de suas descidas ao inferno: “Então arrastaram-me por um longo caminho mergulhado em escuridão. Comecei a ouvir de todos os lados berros medonhos. Pelas paredes do estreito corredor havia nichos, uns em frente dos outros, de onde saía fumaça quase sem chama e com cheiro intolerável. Dali, vozes proferiam toda espécie de blasfêmias e palavras impuras.

Madri: estátua do “Anjo caido” – Lúcifer.

Sim, a única estátua do mundo dedicada ao demônio no meio da praça do retiro. Toda em bronze foi construida em 1885. Dizem que foi feita por ser aquele o ponto com maior energia negativa da espanha (foi medido e não me pergunte como) e com isso a idéia de que o inferno poderia ser exatamente ali embaixo". 




Vencido por Cristo, Satanás combate contra aqueles que o seguirem, os fiéis; a luta contra os espíritos malignos continua, e durará, como diz o Senhor, até ao último dia (GS 37). Até lá todo o homem é envolvido na luta, sendo a vida terrena uma prova de fidelidade a Deus
Lucas 10:18 - Jesus disse-lhes: "Vi Satanás cair do céu como um raio". 

Baseando-se nos textos das Escrituras, o Vaticano II afirma: Cristo pela sua morte libertou-nos do poder de Satanás (SC 6); Jesus crucificado e ressuscitado venceu Satanás (GS 2).
A escritura fala do Reino de Deus, mas também do Reino de Satanás, e fala do poder de Deus, único criador e Senhor do Universo; mas também fala do poder das trevas; fala dos filhos de Deus e dos filhos do diabo. É impossível compreender a obra de Cristo sem ter em conta a obra de Satanás.